Tecnologia

 

Zero de pari passu

A primeira coisa foi instalar o Android Auto em meu smartphone. Em seguida, através do touch screen do dispositivo multimídia do veículo, apresentei seu Bluetooth ao Bluetooth do móbile phone, valendo-me da opção streaming. O reconhecimento entre ambos os equipamentos foi imediato, quando então abri o Spotfy, também já previamente instalado. Em seguida fui à minha biblioteca naquele app e uma lista de músicas que poderia ser executada o dia todo, sem repetições, começou a ser executada. Para não seguir sempre o mesmo caminho, previamente já tinha assinalado a opção “ordem aleatória”. E logo veio a primeira: “Solitaire”, com The Carpenters.

Rodei um bocado – duas, três horas? — a cidade de Salvador atrás de uma caixa de papelão onde coubesse uma máquina de abrir massa que preciso devolver ao vendedor. E a lista de músicas não acabava nunca. Não havia toca-discos, toca-fitas, fios USB ou quaisquer outros, absolutamente nada. Apenas o Spotfy de meu cell phone sendo executado na central multimídia do automóvel. Repito: nenhum fio conectando ambos aparelhos. E as músicas fluindo, de todos os tipos, ritmos, intérpretes, tudo conforme meu gosto pessoal, gosto esse que tem origem na primeira metade do século passado e vem até os dias de hoje, muito embora, nos dias de hoje, como muitas e enormes dificuldades. Afinal, não é qualquer um que suporta rap, funk, arroxa (ou seria arrocha?), sofrência, axé & Cia. Ltda. Com o perdão daqueles que de mim discordam.

Depois de muito Andrea Bocelli, Frank Sinatra, Billie Holiday, Nat King Cole, Carly Simon, Bem’s Brother, Adele, Elvis Presley, Bee Gees, Charles Aznavour, Al Martino, Aretha Franklyn, Carole King, Johnny Mathis, Ed Sheeran, Madeleine Peyroux, Frankie Lane etc & tal — viram como não sou xenofóbico? –, estaciono o carro na garagem de meu prédio, ligo o rádio numa estação local, ouço uma ou duas notícias, e tudo que pude pensar a partir dali foi sobre como tem sido díspares a evolução humana tecnológica e evolução moral. Aí, logo pensei na religião e resolvi mudar de assunto na cachola para não tomar o elevador com meus impropérios, falando sozinho como um maluco.

Tocando as bolas<<

About the author : B.Lansac