Avós maternos

Nada ou praticamente nada sei a respeito dos meus avós maternos. De meu avô, além de ter recebido seu nome, sabia que era mineiro de Ituiutaba e que tinha dois irmãos, sendo um deles nascido fora do casamento, motivo pelo qual diziam que era “irmão natural”. Desses meus dois tios avós apenas sei o nome de um: Querubino.Já de minha avó, as três únicas coisas que sei: a primeira, é que era goiana, creio que da região de Jataí e Rio Verde. A segunda, que não gostava de falar sobre sua família — segundo um dos seus filhos e meu tio, ela teria vergonha de pelo menos dois de seus irmãos por problemas de desvio de comportamento. Finalmente, a que sempre mais me impressionou e que, acredito não se saiba se é realmente verdade — eu gostaria que fosse –, é que a sua avó teria sido pegada no laço, como eram aprisionados os bugres, os índios daquela época e daquela região. Por se tratar da avó de minha avó, certamente na época em que viveu e foi aprisionada ainda era época de escravidão no Brasil. De minha avó sequer sei o sobrenome pois, pelo que me consta, usava o Quintiliano de Oliveira de meu avô.

Seria realmente minha avó descendente de mamelucos; seria ela mesma uma mameluca? E se fosse, a que grupo indígena pertenceria? Por conta de mapa que encontrei na WEB, a região de Goiás, na época do descobrimento, provavelmente minha avó seria descendente do grupo Jê, família linguística pertencente ao tronco Macro-Jê. Quem sabe dos caiapós? Ah… como gostaria de ter as histórias dos pais de minha mãe como tenho dos pais de meu pai.

Na ascendência de meu avô Braulino, certamente encontraria portugueses. Por ser mineiro, terra onde a escravidão negra marcou forte, haveria ascendentes próximos africanos? Braulino Quintiliano de Oliveira, era seu nome. Segundo ele, Braulino seria um sobrenome e que, no caso dele, resolveram dar a ele como nome. Quintiliano, certamente vem do latim Quintilianus, que significava o quinto mês do calendário anual romano, e foi sobrenome usado por figuras como o Marcus Fabius Quintilianus, orador e professor de retórica romano e que viveu entre 35 e 95 DC. Finalmente, Oliveira, que, de pés juntos, jura-se seria um dos sobrenomes escolhidos pelos judeus que se converteram ao cristianismo em Portugal (cristãos novos), por conta da perseguição religiosa, cruelmente executada pela Inquisição Católica. Os judeus convertidos teriam escolhidos como sobrenome principalmente nomes de plantas (Oliveira, Cidreira, Macieira etc.), o que não parece ser exatamente a verdade.

Ah? Como? Se eu tivesse uma máquina do tempo? Certamente iria para o passado.

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